segunda-feira, 6 de junho de 2011

A Teoria do Caos

Segundo a Teoria do Caos, qualquer mudança, ainda que mínima, ocorrida no início de um evento qualquer, pode gerar consequências não conhecidas no futuro. Ou seja, qualquer ação realizada neste exato momento, será passível de um resultado amanhã, ainda desconhecido. Edward Lorenz, meteorologista norte-americano, ao testar um programa de computador que simulava o movimento de massas de ar, percebeu que acontecimentos simples tinham um comportamento tão desordenado quanto a vida. Tal descoberta foi feita por Lorenz no início da década de 1960.

Sendo assim, em busca de uma resposta para uma maior compreensão de tal processo, Lorenz altera alguns décimos a menos um dos números que alimentavam a máquina do tempo, esperando que os resultados tivessem poucas mudanças. No entanto, a pequena alteração gerou uma transformação aguda, mudando radicalmente o padrão das massas de ar. Segundo ele, seria como se o bater das asas de uma borboleta em Nova Iorque causasse, tempos depois, um tornado no Japão. Origina-se assim a Teoria do Caos, fundamentada nos estudos do meteorologista que formulou equações que corroboravam o “efeito borboleta”. Outros cientistas concluíram que a imprevisibilidade detectada por Lorenz, aparecia em quase tudo, desde um simples piscar de olhos à cotação da Bolsa de Valores, encontrando espaço em qualquer sistema natural, ou seja, aqueles que guardem dinamismo e adaptabilidade. Uma referência a esta teoria pode ser vista no filme “The Butterfly Effect” (Efeito Borboleta), já que no mesmo observamos a imprevisibilidade e por que não dizer, mudança radical do futuro, baseadas nas escolhas (mudanças), aparentemente pequenas feitas pelo personagem principal .

Reforçando tal teoria, o matemático francês, Benoit Mendelbrot, na década de 1970, percebe que as equações criadas por Lorenz coincidem com as que ele mesmo havia desenvolvido com os fractais (figuras geradas a partir de fórmulas que demonstram matematicamente a geometria da natureza, como o relevo do solo e outros). O experimento de ambos, Lorenz e Mendelbrot, indica que na essência de tudo, dando forma ao universo, temos como base a Teoria do Caos.

Em 19 de fevereiro de l998, é prevista uma tempestade tropical sobre a Louisiana para três dias. Porém, um meteorologista da agência situada sobre o Oceano Pacífico, descobre uma diferença nas medições executadas, e que estas poderiam prever uma pequena diferença no deslocamento de tais massas de ar. Assim, os dados foram realimentados nos computadores e o resultado foi que a tempestade tropical não ocorreria naquele estado, mas sim um tornado de proporções gigantescas em Orlando, na Flórida, o que realmente veio a acontecer em 22 de fevereiro de 1998.

O mais comum na ciência clássica é transformar os sistemas abertos, ou seja, os sistemas dinâmicos, complexos e adaptativos, em sistemas fechados objetivando-se aplicar as leis conhecidas que privilegiam as linearidades em detrimento das não-linearidades. Assim, pretende-se facilitar e simplificar a análise de dados. Porém, ao se tomar uma decisão por menor que se pareça tida como insignificante, com plena espontaneidade nos sistemas dinâmicos abertos, poderemos gerar uma transformação inesperada num futuro incerto.

Por isso, neste tipo de sistema, quando restrito a uma ou duas variáveis fixando-se as demais, e somente nessa situação chamada limítrofe, o sistema se torna fechado, e o Efeito Borboleta aparentemente não atua, causando assim a impressão de um sistema estático.

Considerando alguns conceitos básicos do caos, segundo STACEY (1991):”(...) em sua definição científica, o Caos não significa desordem absoluta ou perda completa da forma. Ele significa que sistemas guiados por certos tipos de leis perfeitamente ordenadas são capazes de se comportar de uma maneira aleatória e, desta forma, completamente imprevisível no longo prazo, em um nível específico. Por outro lado, este comportamento aleatório também apresenta um padrão ou uma ordem “escondida” em um nível mais geral(...). O Caos é na verdade, a variedade individual criativa dentro de um padrão geral de similaridade”.

Subentende-se desta forma, que um conceito a ser estudado nessa teoria é o das mudanças, já que este está intrinsicamente ligado a todos os níveis das organizações, indivíduos ou grupos de pessoas, impactando a partir das decisões, nos comportamentos e resultados futuros dessas mesmas pessoas e/ou organizações, enfatizando-se que nos dias de hoje as mudanças têm ocorrido de forma cada vez mais dinâmica, intensa e inconstante.

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